domingo, 3 de fevereiro de 2013

A primeira leitura de 5 estrelas deste ano

Carlos Ruiz Zafón


“Marina”


Autor: Carlos Ruiz Zafón
Páginas: 304
Editor: Booket

Opinião:

Não sentem que há autores que nunca vos desiludem? Sabemos sempre que um livro seu é sempre um bom livro, capaz de nos entreter durante umas boas horas e nos proporcionar momentos de leitura extremamente agradáveis. Eu sinto isso com o Carlos Ruiz Zafón. O primeiro livro deste escritor que li foi “A Sombra do Vento”, em 2005, e fiquei fascinada. Zafón consegue descrever ambientes sombrios, tenebrosos e misteriosos que nos deixam de pele arrepiada, com uma mestria incomparável.

“Marina” é o terceiro livro que leio deste escritor. Mais uma vez, sinto-me rendida não só às ruas e aos locais recônditos de Barcelona onde o autor nos conduz, como às personagens e ao enredo que as envolve.

A narrativa leva-nos até Óscar, um jovem que estudante de um colégio interno, cujo fascínio pela cidade o leva a passear todos os fins de tarde pelas ruas de Barcelona. Um belo dia, o seu passeio acaba por levá-lo a descobrir uma antiga mansão que parece estar abandonada. A sua curiosidade pelo enorme casarão e pelo seu indolente jardim levam-no a entrar sem ser convidado.

Ao entrar na mansão Óscar escuta ópera e aventura-se pelas divisões tentando perceber se ali mora alguém. Durante a sua exploração encontra um relógio de bolso com uma frase gravada no verso que muito o intriga. De súbito, percebe que não está sozinho ao ver que está um homem sentado numa poltrona. Assustado, Óscar desata a fugir mas a atrapalhação da fuga faz com que leve consigo, por engano, o relógio. Ao chegar ao colégio, Óscar não consegue deixar de pensar naquela casa e nos mistérios que esta esconde. A consciência começa a pesar-lhe por ter trazido consigo um relógio que não era seu. Decide então que tem de voltar para o devolver.

Ao regressar àquele casarão fascinante, Óscar encontra uma rapariga no jardim que afirma morar naquela casa com o seu pai. A partir daí, gera-se uma relação de grande amizade e proximidade entre a rapariga, que dá pelo nome de Marina, o seu pai (Gérman) e Óscar, que aproveita todos os momentos para visitar os seus novos amigos. Um dia, Marina leva Óscar até um velho cemitério onde vêem uma mulher completamente vestida de preto dirigir-se a uma campa. Intrigados com aquela visão, decidem segui-la. E é a partir de aqui que ambos se vêem envolvidos numa busca incessante pela verdade e pelas histórias secretas que a cidade de Barcelona esconde.

Esta é uma história de fantasmagorias, de marionetas que ganham vida, de teatros abandonados e de todos os ingredientes que compõem um bom livro de suspense. Digo-vos desde já que este livro dava um filme de suspense fabuloso! Mas eu sou suspeita, pois adoro este mundo das sombras que ganham vida, das névoas tenebrosas e das tábuas do soalho que rangem à noite.

“Marina” foi o primeiro livro que em Espanhol, a língua-mãe do escritor. Tenho de dar a mão à palmatória pois, efectivamente, não há nada como ler um livro na língua em que foi escrito. A magia das palavras é totalmente diferente, mais arrebatadora. E, a partir de agora, este é um leitor que só pretendo ler em Espanhol. Estou cada vez mais rendida a este escritor. Uma última palavra: FABULOSO!

5*****




Sinopse:

«Por qualquer estranha razão, sentimo-nos mais próximos de algumas das nossas criaturas sem sabermos explicar muito bem o porquê. De entre todos os livros que publiquei desde que comecei neste estranho ofício de romancista, lá por 1992, Marina é um dos meus favoritos.» «À medida que avançava na escrita, tudo naquela história começou a ter sabor a despedida e, quando a terminei, tive a impressão de que qualquer coisa dentro de mim, qualquer coisa que ainda hoje não sei muito bem o que era, mas de que sinto falta dia a dia, ficou ali para sempre.» Carlos Ruiz Zafón «Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim.» «Em Maio de 1980 desapareci do mundo durante uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro.» «Não sabia então que oceano do tempo mais tarde ou mais cedo nos devolve as recordações que nele enterramos. Quinze anos mais tarde, a memória daquele dia voltou até mim. Vi aquele rapaz a vaguear por entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina tornou-se de novo incandescente como uma ferida fresca. «Todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas da alma. Este é o meu.»

1 comentário:

  1. ola, se quiseres aceitar tenho um selo para ti
    http://sonhodeumatardedeoutono.blogspot.fr/p/selos.html
    bjs

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