domingo, 30 de junho de 2013

O Azul da Baía

Autora: Nora Roberts
N.º de Páginas: 272
Editora: Saída de Emergência
 (Chá das Cinco)

Até Sempre, Quinn


Nora Roberts



Opinião:

Hoje dei por concluída esta tetralogia deliciosa da Nora Roberts. Foi tão bom regressar à Baía de Chesapeake! Voltar a sentir aquela brisa doce, morar à beira mar, velejar em águas mansas, passear na pitoresca vila de S. Cristóvão e reencontrar velhos amigos. A autora sabe mesmo fazer-nos sonhar e ficar com vontade de conhecer as lindas paisagens que descreve. A dada altura dou por mim com vontade de entrar pelo livro adentro e visitar cada local e conhecer cada uma das personagens.
Ao longo da saga fomos assistindo ao crescimento de Seth, o novo membro na família Quinn e as reviravoltas que a vida (a sua e a dos seus irmãos) vai sofrendo. Mas é neste quarto e último livro da série que conhecemos Seth mais de perto. É aqui que se desvendam todos os mistérios acerca do rapaz que uniu (mais do que nunca) os irmãos Quinn e mudou a vida irremediavelmente esta família.
Seth foi o quarto rapaz que Ray Quinn acolheu na sua casa, e na sua vida, como se fosse seu filho. À semelhança dos restantes rapazes que Ray adoptou, Seth também traz muitas mazelas no corpo e na alma que moldaram o seu carácter.
Em O Azul da Baía conhecemos o homem em que Seth se tornou, um famoso e viajado pintor, que decide voltar para junto da família. Enquanto esteve a viver na Europa, S. Cristóvão recebeu um novo habitante, Drusilla, uma mulher que é florista e tão deslumbrante como as flores que vende. Umas vezes tão doce como uma margarida, outras tão acutilante como os espinhos de uma rosa. Juntos, Seth e Dru vão explorar as suas fragilidades e tentar pintar um novo futuro, apesar do passado tempestuoso que teima em persegui-los.
A série termina da melhor forma e já deixou saudades. Até sempre, Quinn!
4 ****
Sinopse:

Seth chegou finalmente a casa. Depois de uma infância complicada com uma mãe toxicodependente, foi acolhido pela família Quinn e cresceu com três irmãos mais velhos que o protegeram e amaram. Agora, um homem feito e de regresso da Europa, Seth instala-se perto dos seus irmãos. O seu sonho? Uma casa branca, um barquinho na doca, uma cadeira de baloiço no alpendre e um cachorro a seus pés. Mas muita coisa mudou na pequena vila desde que Seth partiu para a Europa e a mais intrigante de todas é a presença da jovem Dru Banks. Uma rapariga da cidade que abriu uma loja de flores junto ao mar. Em Seth ela vê um desafio a que não consegue resistir. Mas há uma tempestade no horizonte que vai testar esta relação aos limites.

Repleto de emocionantes momentos familiares, de muito romance e de um toque de tensão, O Azul da Baía é um livro maravilhoso que volta a confirmar Nora Roberts como a melhor escritora romântica da actualidade.

sábado, 22 de junho de 2013

Algo Maligno que (não) Vem Aí


Autor: Ray Bradbury
N.º de Páginas: 304
Editora: Saída de Emergência

 

 

Opinião:
 
Quantos de vós já cismaram que tinham de ler um determinado livro porque a sinopse espicaçou irremediavelmente a vossa curiosidade? A mim já me aconteceu por diversas vezes. Mas nem sempre acabo por comprar o tal livro ou, pelo menos, nem sempre o faço quando sinto essas aguilhoadas de curiosidade. No entanto, quando compro o livro e enceto a leitura as minhas expectativas estão nos píncaros.
 
Foi mais ou menos isso que me aconteceu com “Algo Maligno Vem Aí”. O título só por si já me parecia muito sugestivo e a sinopse antevia um enredo polvilhado de mistério. E como adoro histórias creepy acabei por achar este livro me iria encher as medidas. Bem sei que cada autor é um autor e que não são comparáveis entre si. Mas foi inevitável esperar uma história “à la Zafón”, principalmente depois lido que este galardoado autor é o “rei do mistério”.
 
A história tinha tudo para dar certo e originar um enredo sumarento e sinistro. Na realidade aquilo que encontrei foi um amontoado de devaneios surreais, sombrios e sensaborões. Que pena…
 

2 **
 

 Sinopse:
 
O espetáculo está prestes a começar. O circo chega pouco depois da meia-noite, nas vésperas do Halloween. O que fariam se os vossos desejos secretos fossem concedidos pelo misterioso líder do circo, o Sr. Dark? O circo a todos chama com promessas sedutoras de juventude eterna e sonhos por cumprir…
Dois amigos adolescentes, Jim Nightshade e Will Halloway, são incapazes de resistir às atrações. A sua curiosidade de rapazes fá-los descobrir o segredo oculto nos labirintos, fumos e espelhos do tenebroso circo.
Inconscientes do perigo em que se veem envolvidos, uma terrível perseguição é posta em marcha e Jim e Will tudo terão que fazer para salvar as suas vidas. Mas, acima de tudo, as próprias almas...
 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Amor de Verão


Autora: Nora Roberts
Páginas: 222
Editora: Harlequin

Opinião:

Apesar da história ser leve este é um bom livro para ler agora que o bom tempo, finalmente, está a dar um ar da sua graça.O livro é sobre dois afamados fotógrafos profissionais, Bryan Mitchell e Shade Colby, que são convidados a fazer um trabalho conjunto: um álbum de fotos de vários locais dos E.U.A.. A tarefa não parece difícil, sobretudo, porque ambos admiram o trabalho do outro. Mas nem sempre é fácil lidar com alguém com uma personalidade muito vincada. Muito menos quando a convivência se prolonga por três infindáveis meses.No entanto, três meses é muito tempo e tudo poderá mudar. Até mesmo o facto de se achar que três meses é muito tempo… =) 

3 ***

 Sinopse:

Uma viagem muito especial, com muitos percalços e muitos encontros tórridos… Um verão a viajar por toda a América com o cínico, cáustico e impaciente fotógrafo Shade Colby não era precisamente um sonho para Bryan Mitchell, fotógrafa da revista Celebrity, antes pelo contrário. Confinados ao limitado espaço do carro, a viajar de um lado para o outro sem parar de fazer fotografias, a situação estava a ponto de rebentar. Tinham um trabalho para fazer, mas não conseguiam chegar a acordo em nada… exceto na atração selvagem que sentiam um pelo outro.

O Homem que Morreu pela 2ª Vez

Aurora Boreal


Autora: Åsa Larsson
Editora: Booket (Espanhol)
N.º de Páginas: 381

Opinião:

De há algum tempo para cá temos assistido a uma onda de literatura policial nórdica a invadir as prateleiras das livrarias. É enorme a quantidade de livros que pululam vindos desses distantes (ou não) países frios e que andam a conquistar os leitores portugueses. Admito que ainda não tinha sido contagiada por esta vaga nórdica mas que cada vez estava mais curiosa. Cada vez esbarrava em mais opiniões positivas sobre esta tipologia de literatura ou falava com alguém que já tinha lido qualquer coisa e tinha gostado.

No âmbito das minhas aulas de Espanhol pediram-me que escolhessem um livro nessa mesma língua para ler. Quando me apresentaram “Aurora Boreal” de Asa Larsson como uma das hipóteses, não hesitei. Ali estava a oportunidade de me estrear na literatura policial nórdica. Gostei da escrita da autora por ser fluida, e do facto de a acção estar sempre em movimento. Não há momentos enfadonhos no livro. Está sempre a acontecer qualquer coisa, estamos sempre a descobrir alguma peça do “puzzle” crime e a vontade de não largar o livro é grande.

O livro começa de uma forma enigmática e que me deixou logo com vontade de desvendar mistérios. E porquê? Porque quando a história começa o narrador descreve um homem, Viktor Stråndgard que se encontra deitado na nave central de uma Igreja, sem olhos e sem as duas mãos, que tinha acabado de morrer pela 2ª vez. Morrer pela 2ª vez? Mas como assim? Pois, é isso mesmo que vamos desvendando ao longo do livro.

A partir daquele início misterioso somos lançados numa intensa investigação quer por parte da polícia como da advogada Rebecka Martinsson, uma antiga amiga Viktor e da sua irmã, que se vê envolvida na investigação sem saber bem como. O que é certo é que apesar de Rebecka ter ido ter com Sanna (a irmã do morto) para lhe dar algum apoio, não consegue ficar de braços cruzados sem perceber quem cometeu aquele crime atroz e porque o fez. Mas meter a foice em seara alheia nem sempre dá bom resultado e as coisas podem tornar-se perigosas para esta advogada curiosa.

Gostei bastante deste policial. Já tinha lido outros livros do género em que a acção demorava mais tempo a desenrolar-se, o que acaba por tornar este tipo de livro, na minha opinião, menos interessante. Um livro destes precisa de ritmo, de frenesim, de agitação, de mistério e de muitas pontas soltas para atar. E este tem tudo isso. Querem saber porque é que Viktor era o homem que morreu pela 2ª vez? Então sejam tão curiosos como eu e lancem-se à Aurora Boreal.


3 ***



Sinopse

O corpo de Viktor Strandgård, o pregador mais famoso da Suécia, jaz mutilado numa remota igreja de Kiruna, uma cidade do Norte submersa na eterna noite polar. A irmã da vítima encontrou o cadáver, e a sombra da suspeita paira sobre ela. Desesperada, pede ajuda à sua amiga de adolescência, a advogada Rebecka Martinsson, que vive em Estocolmo e regressa à sua cidade natal disposta a descobrir quem é o culpado. No decurso da investigação conta apenas com a cumplicidade de Anna-Maria Mella, uma inteligente e peculiar polícia grávida. Em Kiruna, muita gente tem algo a ocultar e a neve não tardará a tingir-se de sangue.
A PROTAGONISTA, Rebecka Martinsson, uma advogada que trabalha com a inspectora mais competente da brigada de Kiruna, Anna-Maria Mella. Um dos poucos casos na literatura policial onde as principais protagonistas são mulheres.
A ATMOSFERA de Kiruna envolve-nos por completo. Kiruna é uma povoação rural extremamente fria, onde durante seis meses ao ano fica envolvida pela obscuridade e o efeito que este frio e esta obscuridade tem nas personagens são descritos de forma fascinante.
A GRANDE DOSE DE SUSPENSE que nos oferece o argumento do livro, aumentado pelo solitário e frio da paisagem.
Uma escrita muito especial, enigmática e sugestiva.



segunda-feira, 3 de junho de 2013

Porque Sonhar Não Tem Preço

Sonhos Proibidos

 
Autora: Lesley Pearse
Editora: Asa
N.º de Páginas: 616

Opinião:

As obras desta autora são sempre uma aventura. Esta foi a segunda vez que embarquei numa delas. E que aventura! Viajei de Londres até Paris, de seguida fui até Nova Orleães e a partir daí foi um corrupio incessante por diversas cidades.

Belle Cooper viveu até aos 16 anos no bordel que a sua mãe geria sem nunca se aperceber que tipo de sítio era aquele. Desde sempre foi muito protegida desta dura realidade tanto pela sua mãe como por Mog, a cozinheira, que a tratava como se fosse sua filha.

Contudo, um dia Belle acaba por entrar no quarto de Millie, uma das femmes de joie que vivia no bordel, e adormece. Acaba por acordar algumas horas mais tarde quando ouve passos em direcção ao quarto. Aflita e sem saber como explicar o que faz ali, esconde-se debaixo da cama no momento exacto em que Millie entra com um cliente. E é ali escondida que Belle perde a sua inocência, ao assistir às intimidades entre um homem e uma mulher e ao presenciar, de seguida, ao assassinato desta. Belle acaba por ser descoberta e o assassino não descansa até conseguir raptá-la e vendê-la a um bordel em França.

Em França Belle acaba por passar pelas mais variadas adversidades e ter de lidar com situações das quais Mog e a sua mãe sempre a tentaram proteger. Em pouco tempo na sua vida Belle deixa de ser uma criança inocente e passa a ser uma prostituta de luxo. Contudo, a travessia até esse estatuto é muito sofrida.

Há personagens deliciosas nesta narrativa. A começar pela protagonista que, apesar de todas as situações adversas que vive consegue sempre manter um sorriso na cara e ver o lado positivo das coisas. Trabalhadora, batalhadora, persistente, meiga e apaixonada são adjectivos que lhe assentam que nem uma luva. No decorrer das inúmeras páginas do romance vamos chocando com outras personagens tocantes como Étienne, Noah ou Lisette.

Apesar de inicialmente me ter custado entrar na história acabei por adorá-la e tenho vontade de comprar a continuação para saber mais de todas estas fantásticas personagens. No entanto, não posso deixar de concordar que a autora não é nada parca em palavras e não consegue contar-nos uma boa história em poucas páginas. Acaba sempre por estender-se a fazer narrativas extensíssimas. Acho que esta história poderia ter sido contada em muito menos páginas e ter na mesma o impacto que teve.

4 ****


Sinopse:


 Belle tem quinze anos e uma vida protegida. Graças aos cuidados da ama, ela nunca se apercebeu de que a casa onde vive é um bordel, regido com mão de ferro pela sua mãe. Porém, a verdade encontra sempre maneira de se revelar… Para Belle, será no trágico dia em que assiste ao assassinato de uma das raparigas da casa. Ingénua e indefesa, ela fica à mercê do criminoso, que a rapta e leva para Paris, onde se inicia como cortesã. Afastada do único lar que conheceu, a jovem refugia-se nas memórias de infância e acalenta o sonho de voltar aos braços do seu primeiro amor, Jimmy. 
Mas Belle já não é senhora do seu destino. Prisioneira da sua própria beleza, é alvo do desejo dos homens e da inveja das mulheres. Longe vão os anos da inocência e, quando é levada para a exótica e decadente cidade de Nova Orleães, ela acaba por apreciar o estilo de vida que o Novo Mundo tem para lhe oferecer. Mas o luxo e a voluptuosidade que a rodeiam não mitigam as saudades que sente de casa, e Belle está decidida a tomar as rédeas da sua vida. Um sonho que pode ser-lhe fatal pois há quem esteja disposto a tudo para não a perder. No seu caminho, como barreiras fatais, erguem-se um continente selvagem e um oceano impiedoso. Conseguirá o poder da memória dar-lhe forças para sobreviver a uma viagem impossível?