segunda-feira, 26 de maio de 2014

Pequena Abelha

Chris Cleave


Opinião:

Quando li a sinopse deste livro senti uma “comichão literária” dentro de mim. Fiquei mortinha de curiosidade para saber sobre o que seria, visto que aquele pequeno resumo diz tudo e não diz nada. Contudo, quando as sinopses são tão herméticas quanto esta não costumo aventurar-me logo de cabeça. Costumo sondar primeiro. Descobrir mais opiniões sobre o livro. Falar com alguém que já o tenha lido. Só assim consigo perceber se irei gostar da obra e se devo realmente lê-la.

As opiniões eram muito positivas, as reviews também e a minha curiosidade estava nos píncaros. Decidi, então, que tinha de arriscar e perceber por que motivo tanto o livro como o seu autor são tão acarinhados pelos leitores.

O livro conta a história de duas mulheres cujos destinos se cruzam na Nigéria, por mero acaso. Ambas presenciam acontecimentos que as irão marcar para o resto das suas vidas. Ambas passam por duras provações e juntas vão tentar superá-las. O livro alterna entre o olhar destas duas mulheres sobre as suas vidas.

“Pequena Abelha” não é uma leitura leve. Embora a escrita seja envolvente, os temas são pesados e duros. Senti que às vezes as situações eram contadas com uma crueza tal que me deixava chocada, repugnada e incapaz de ler mais naquele momento.

Depois de terminada a leitura fiquei com uma sensação de vazio. Senti que todo o sofrimento das personagens foi em vão e não consegui retirar nenhuma lição desta leitura. Ao passo que, normalmente, no final dos livros tudo se encaixa e faz sentido, neste senti o oposto. Não percebi qual a necessidade de criar uma história assim, exceptuando o facto de chamar a nossa atenção para certos temas aos quais não temos dado a atenção necessária. No entanto, senti que faltou algo. Aliás, faltou muito. Faltou uma mensagem de esperança no final. Uma vontade de mudar. Um desejo de criar um mundo melhor. Ficaram a faltar estrelas na classificação que pensei poder vir a dar a este livro. Faltou-lhe chegar-me ao coração.

2 **

Sinopse:

Não queremos contar-lhe O QUE ACONTECE neste livro. Esta é uma HISTÓRIA MESMO ESPECIAL e não queremos desvendá-la. 
Ainda assim, vai precisar de saber um pouco mais sobre ela para querer lê-la, por isso, vamos dizer apenas o seguinte: 
Esta é a história de DUAS MULHERES. Os seus destinos vão cruzar-se UM DIA e uma delas terá de fazer UMA ESCOLHA terrível, o tipo de escolha que ninguém deseja enfrentar. Uma escolha que envolve vida ou morte. DOIS ANOS DEPOIS, elas encontram-se de novo. É então que a história começa verdadeiramente… 
Depois de ler este livro, vai querer falar dele a TODOS OS SEUS AMIGOS. Quando o fizer, por favor, também não lhes diga o que acontece. Permita-lhes saborear a sua MAGIA.
Críticas de imprensa
“Um livro arrebatador.” 
The Washington Post 

“Uma poderosa obra de arte: excitante e profundamente perturbante. Soberbo!”
The Independent 

“Um desafio às nossas crenças e convicções. Uma história comovente sobre o triunfo do espírito humano.”

The New York Times

“Arrebatador e dilacerante… Com uma das mais memoráveis e provocadoras personagens da ficção contemporânea.”
The Boston Globebr>
“Poderoso e emotivo.”
The Guardian

“Um livro imprescindível e notável pela sua visão perspicaz da verdadeira essência da humanidade.”
O – Oprah Magazine

“Por vezes, deparamo-nos com uma personagem tão forte e dotada de uma força emocional tao avassaladora que se fixa para sempre na nossa memória. É o caso da inesquecível Pequena Abelha.”
The Seattle Times

“Um romance tão inesperado e intimidante como a própria vida.”
Booklist

“Perfeito e sublime.”
Library Journal

“Até é possível que um livro melhor do que Pequena Abelha seja publicado este ano, mas eu não apostaria muito nisso… Por favor, leiam-no.”
The Gloss

“Pequena Abelha é um estrondoso grito de talento.”
Sunday Tribune

“Eletrizante... Prende-nos logo na primeira página e permanece na nossa memória muito depois de o terminarmos.”
Chicago Tribune

“Num minuto estamos a ler uma passagem tão dramática, escrita num estilo tão envolvente que nem conseguimos saltar as partes mais duras, e no seguinte estamos a rir às gargalhadas. Quase nos sentimos obrigados a retroceder algumas páginas e pedir desculpa às personagens pela nossa ligeireza.”
The Weekend Australian

domingo, 18 de maio de 2014

O Vendedor de Passados

José Eduardo Agualusa





Opinião:

É certo que já li muitos livros, alguns deles com narradores insólitos. No entanto, nunca tinha lido nenhum narrado por nada mais, nada menos que… uma osga. Pois é, este curioso animal (odiado por muita gente) escolheu a casa e o quintal de Félix Ventura, a personagem principal desta novela, para morar. O que lhe permite assistir às inúmeras peripécias da vida deste vendedor de passados.

Mas, afinal, o que é um vendedor de passados? É uma pessoa que (por um determinado preço) constrói todo um passado, toda uma história de família fictícia para outras pessoas, com familiares que elas nunca tiveram. Isso implica bastante trabalho, pois pressupõe a criação de uma árvore genealógica complexa que justifique o presente da pessoa que procura a ajuda do vendedor de passados.

Isto poderá dar algum alento a uma pessoa que não tenha família. Ainda que esse alento seja forjado e irreal. O problema surge quando as pessoas que procuram os serviços de Félix Ventura começam, efectivamente, a acreditar que aquele passado feito à sua medida existiu verdadeiramente. Quando as pessoas a quem Félix vendeu os passados os incorporam de tal maneira nas suas vidas que acham mesmo que viveram vidas que nunca viveram. Claro que isto gera a maior das confusões. Mas a nossa amiga osga está lá para assistir e contar tudo.

“O Vendedor de Passados” foi o 1º livro que li do José Eduardo Agualusa e fiquei agradavelmente surpreendida. Gostei muito da fluidez da sua escrita, do lado mágico que as suas palavras conseguem criar na realidade que descreve, da velocidade com que entramos na história chegando rapidamente ao fim do livro. Esta leitura foi o despertar da minha vontade para ler outras obras deste autor.


3 ***

Sinopse:

"Félix Ventura. Assegure aos seus filhos um passado melhor". É a partir deste cartão-de-visita que se desenrolam os capítulos de "O Vendedor de Passados", novo romance de José Eduardo Agualusa. A mentira e a verdade, o(s) homem(s) e o(s) seu(s) duplo(s), a memória e a memória da memória, a ficção e a realidade. Angola ("é importante ironizar com a sociedade angolana, que é uma sociedade que se construiu e se continua a construir assente em muitas ficções" - o autor ao Público, 19/06/04). Tudo poderia acontecer. Tudo poderia ter acontecido. (Susana Moreira Marques, Público, Mil Folhas: "A determinada altura a osga recorda a mãe num momento da sua vida passada: 'Nos livros está tudo o que existe, muitas vezes em cores mais autênticas, e sem a dor verídica de tudo o que realmente existe. Entre a vida e os livros, meu filho, escolhe os livros'(p. 122). José Eduardo Agualusa provavelmente escolhe a vida.") Isto é: os livros?


segunda-feira, 12 de maio de 2014

O Mundo Invisível

Katherine Webb


Opinião:
                    
“O Mundo Invisível” é um livro com um invólucro de mistério que se vai dissipando, pouco a pouco, à medida que avançamos na narrativa. É um livro que consegue manter-nos agarrados à história do início ao fim, pois à medida que vamos levantando uma ponta do véu ficamos com vontade de descobrir tudo aquilo que este esconde.

A acção passa-se em 2 momentos distintos que se alternam ao longo do livro, de modo a podermos entender o que se passou no passado e as suas consequências no presente.

O passado da narrativa decorre no início do século XIX, altura em que somos apresentados ao rígido reverendo Albert Canning e à sua formosa esposa, Hester Canning. As suas vidas decorrem com relativa tranquilidade até à chegada de dois novos habitantes à aldeia onde residem, Cat Morley, a sua nova empregada doméstica e um teosofista que está determinado em provar ao mundo a existência de fadas e druidas. A partir desse momento instala-se o caos.

No entanto, houve segredos que ficaram guardados nesse passado e que só começam a vir a lume em 2011, quando Leah, uma jornalista, é chamada para investigar a identidade de um corpo encontrado pela Comissão dos Túmulos de Guerra com umas cartas datadas de há cem anos.


Este livro marca a minha estreia com os livros de Katherine Webb e confesso que fiquei fã. A escrita é muito agradável e os saltos entre o presente e o passado são dados com uma leveza tal que não confunde os leitores. O que esperar deste livro? Mistério, assassinatos, misticismo, amores frustrados, religião e umas boas horas de leitura pela frente.

4 ****

Sinopse:

O verão quente de 1911 vê chegar à pacata aldeia de Cold Ash Holt dois novos habitantes. Cat Morley, a nova criada do reverendo Albert Canning e da sua mulher, Hester, vem de Londres. Cat é rebelde e ousada mas é também incapaz de esquecer um passado demasiado doloroso. A tímida mulher do reverendo fica ainda mais inquieta quando o marido lhe apresenta o outro desconhecido, abrindo as portas de sua casa não apenas a um jovem atraente e carismático, mas também a uma perigosa obsessão. 
O calor opressivo daquele verão parece intensificar-se e impregnar tudo e todos, e o ambiente na reitoria fica carregado de ambição, paixão e ciúme; uma mistura de emoções tão poderosa que conduz, em última instância, ao homicídio. 
Cem anos depois, cabe a Leah, jornalista incansável, decifrar duas enigmáticas cartas e juntar as peças de um quebra-cabeças assombroso.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Livros Low-Cost



Olá a todos os que seguem ou gostam de passar pelo Palavras Escritas ao Vento! Tenho novos livros disponíveis para venda a preço de amigo. Visualizem a lista completa e as fotos no separador "Livros Low-Cost". Os interessados devem enviar um e-mail para: 
monikahorta@gmail.com

Boas Leituras!