Ildefonso Falcones
Opinião:
Já tinha visto este livro várias
vezes à venda e até já tinha surgido nas minhas recomendações do Goodreads. No
outro dia descobri-o em casa da minha mãe e não resisti a trazê-lo comigo. E
não me arrependi!
Penso que não é novidade (e quem
me conhece sabe que assim é) que sou fã de romances históricos. Adoro
ambientar-me noutros tempos, noutras épocas, noutros lugares. E este livro
consegue fazê-lo na perfeição. Somos transportados para a Barcelona medieval,
local onde se ambienta a maior parte da acção do livro e somos confrontados com
a realidade daquele tempo. Assistimos à escravidão a que os senhores feudais
sujeitavam os camponeses (às custas de quem viviam), à vida miserável do povo
que não tinha o que comer e cujos filhos muitas vezes pereciam bem como às
injustiças cometidas ao longo da história contra o povo judaico. As fogueiras
da Inquisição e as acusações injustas que sempre fez são outra constante nesta obra
de Ildefonso Falcones.
É impossível ficarmos
indiferentes a este livro que, baseando-se em factos reais, nos expõe a
podridão humana no seu auge. O livro conta-nos a história de Arnau Estanyol, um
rapaz que desde cedo soube o que era ser pobre e passar dificuldades. Contudo,
a sua persistência e força de vontade acabam por levá-lo a procurar uma vida
melhor. Mas, todas as conquistas que atinge são conseguidas à custa de muito
suor. Apesar de Arnau conseguir subir na vida nunca esquece as suas origens
humildes, os seus amigos ou os mais desprotegidos. Acabei por criar um laço
forte com a personagem de Arnau, pelas suas louváveis virtudes.
Nunca tinha lido nenhuma obra de
Ildefonso Falcones mas fiquei rendida. A escrita é cativante, embora para não
tenha conseguido ler o livro de uma assentada. Os temas que aborda acabam por
ser fortes e dar que pensar. E há momentos em que precisamos de os digerir, de
assimilar tudo o que de bom e de mau foi a Idade Média. E o que teve de bom
(para mim) foi o facto de a humanidade ter tirado algumas lições das tiranias e
atrocidades cometidas nessa altura. No entanto, também há momentos em que nos
apetece ler sem parar, desenfreadamente. Só queremos saber o que se vai seguir
àquele episódio. Por tudo isto, esta é uma obra que recomendo vivamente. Quanto
ao autor, não pretendo perdê-lo de vista.
5
*****
Século XIV. A cidade de Barcelona encontra-se no auge da prosperidade;
cresceu até ao humilde bairro dos pescadores, cujos habitantes decidem construir,
com o dinheiro de uns e o esforço de outros, o maior templo mariano conhecido:
Santa Maria do Mar. Uma construção paralela à desditosa história de Arnau, um
servo da terra que foge dos abusos do seu senhor feudal e que se refugia em
Barcelona. Daqui se torna cidadão e, assim, num homem livre.
O jovem Arnau trabalha como estivador, palafreneiro, soldado e cambista. Uma vida extenuante, sempre à sombra da Catedral do Mar, que o tirará da condição miserável de fugitivo para lhe dar nobreza e riqueza. Mas com esta posição privilegiada chega também a inveja dos seus pares, que tramam uma sórdida conspiração que põe a sua vida nas mãos da Inquisição... Lealdade e vingança, traição e amor, guerra e peste, num mundo marcado pela intolerância religiosa, a ambição material e a segregação social. Um romance absorvente, mas também uma fascinante e ambiciosa recreação das luzes e sombras do mundo feudal.
O jovem Arnau trabalha como estivador, palafreneiro, soldado e cambista. Uma vida extenuante, sempre à sombra da Catedral do Mar, que o tirará da condição miserável de fugitivo para lhe dar nobreza e riqueza. Mas com esta posição privilegiada chega também a inveja dos seus pares, que tramam uma sórdida conspiração que põe a sua vida nas mãos da Inquisição... Lealdade e vingança, traição e amor, guerra e peste, num mundo marcado pela intolerância religiosa, a ambição material e a segregação social. Um romance absorvente, mas também uma fascinante e ambiciosa recreação das luzes e sombras do mundo feudal.
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