Guillaume Musso
Quando
termino um livro muito bom e que adorei, apetece-me falar logo de seguida nele a
toda a gente. Apetece-me gritar aos 4 ventos o quão maravilhoso o livro é e
aconselhá-lo a meio mundo. Quero explicar porque é que gostei tanto daquele livro, o
que é que me fascinou mais e porque não queria que acabasse.
No
entanto, ao acabar de ler “A Rapariga de Papel” não foi isso que me aconteceu.
O livro deixou-me tão fascinada que nem conseguia dizer nada sobre ele. Foi
como se todo o léxico me tivesse sido arrancado e eu não fosse capaz de
explicar quão marcante o livro havia sido para mim. Fiquei tão enlevada com
esta obra que nem tinha forma de o traduzir em palavras. Acho que agora
continuo sem conseguir fazê-lo.

Entretanto,
acabei por combinar uma leitura com a Isa (que também tinha esta pérola por
ler) o que tornou tudo ainda mais interessante. Íamos debatendo os nossos
pontos de vista, partilhando a nossa opinião sobre as personagens e as diversas
situações.
Então
o que tenho eu a dizer sobre o livro? Em primeiro lugar gostei imenso da
escrita do autor, pois consegue transportar-nos para a acção e visualizar tudo
com imensa clareza. Outro dos méritos (não sei se do autor ou apenas da
editora) é o facto de quando uma personagem escreve um bilhete a outra, essa
informação nos aparecer com a efectiva aparência de bilhete manuscrito. Isso dá
algum realismo e efectividade à narrativa.
Depois
acho que o conceito por trás da narrativa está muito bem pensado. Tudo se
entronca e faz sentido no final. E aí (embora deteste fazer comparações) não
consegui deixar de me lembrar dos livros da colecção Triângulo Jota, do escritor Álvaro Magalhães, em que
havia um enigma por descobrir mas no final tudo se deslindava de forma clara e
óbvia, apesar de os indícios apontarem noutras direcções.
Não
posso deixar de louvar o facto de o escritor ter tido a coragem de redigir uma
obra sobre aquele que é o pior pesadelo de alguém que vive da escrita, pânico
da página em branco. De olhar para uma folha em branco e não ser capaz de
escrever. De sentir que a inspiração lhe foge pelos dedos e se ver confrontado
com um vazio de nada ter para dizer ao mundo. Se esta história nasceu dessa
dificuldade, então valeu bem a pena que o pânico do autor perante o vazio
criativo.
Só
tenho mais uma coisa a dizer. Leiam este livro!
Obrigada
por tudo Filipa e Isa… J
5 *****
Sinopse:
Há apenas alguns meses, Tom Boyd era um escritor famoso em Los Angeles,
apaixonado por uma célebre pianista. Mas na sequência de uma separação
demasiado pública, fechou-se em casa, sofrendo de bloqueio artístico e tendo
como única companhia o álcool e as drogas. Certa noite, uma desconhecida
aparece em sua casa, uma mulher linda e completamente nua. Diz ser Billie, uma
personagem dos romances dele, que veio parar ao mundo real devido a um erro de
impressão do seu livro mais recente.
A história é uma loucura, mas Tom acaba por acreditar que aquela deve ser de facto a verdadeira Billie. E ela quer fazer um acordo com ele: se ele escrever o seu próximo romance, ela poderá regressar ao mundo da ficção. Em troca, ele ajuda-a a reconquistar a sua amada Aurore. O que tem ele a perder?
A história é uma loucura, mas Tom acaba por acreditar que aquela deve ser de facto a verdadeira Billie. E ela quer fazer um acordo com ele: se ele escrever o seu próximo romance, ela poderá regressar ao mundo da ficção. Em troca, ele ajuda-a a reconquistar a sua amada Aurore. O que tem ele a perder?
Não tens que agradecer. Como disse, fico muito contente que tenhas gostado. É sempre um risco recomendarmos um novo autor a alguém, a pessoa tanto pode adorar como detestar e caso seja o segundo, não irá facilmente confiar nas nossas recomendações novamente. :P
ResponderEliminarAdoro quando outros leitores se apaixonam pelo mesmos livros que eu... é porque os livros merecem mesmo esse amor. Falaste num ponto muito interessante, que é da página em branco e a dificuldade que os autores encontram com esse dilema, com receio de já não conseguirem criar mais nada. Nunca tinha pensado sobre esse prisma - do autor poder ter esta mesma dificuldade. Pus-me a pensar, será que ele já se debateu seriamente com este dilema? Será que, como disseste, este livro nasceu disso mesmo? Eu acho que ele tem uma imaginação tão rica que parece difícil imaginá-lo nessa situação, mas é muito provável que ele já se tenha deparado com isso.
De qualquer modo, obrigada pela tua review, adorei ler. E claro está, as 5* deixaram-me com um sorriso na cara! Agora toca a ler os outros. Recomendo especialmente: E Depois... li-o quando ainda era novinha e foi uma leitura que me tocou de forma bastante especial na altura. Não sei que reacção teria agora, mas tenho a certeza que continuaria a adorar.
Beijinhos
Percebo perfeitamente o que sentes. Também fico muito feliz quando recomendo um livro a alguém e essa pessoa fica fã daquela obra ou até mesmo do autor. Sou pródiga em fazê-lo com a minha mãe. :)
ResponderEliminarEu acho que autor já se deve ter debatido com o dilema da página em branco, ainda que possa ter sido por pouco tempo. Seja como for, o autor é super criativo e este livro é mesmo fabuloso. Adorei!
Obrigada pelo teu comentário.
Beijinhos