quinta-feira, 6 de março de 2014

A Rapariga de Papel

Guillaume Musso

Quando termino um livro muito bom e que adorei, apetece-me falar logo de seguida nele a toda a gente. Apetece-me gritar aos 4 ventos o quão maravilhoso o livro é e aconselhá-lo a meio mundo. Quero explicar porque é que gostei tanto daquele livro, o que é que me fascinou mais e porque não queria que acabasse.  
No entanto, ao acabar de ler “A Rapariga de Papel” não foi isso que me aconteceu. O livro deixou-me tão fascinada que nem conseguia dizer nada sobre ele. Foi como se todo o léxico me tivesse sido arrancado e eu não fosse capaz de explicar quão marcante o livro havia sido para mim. Fiquei tão enlevada com esta obra que nem tinha forma de o traduzir em palavras. Acho que agora continuo sem conseguir fazê-lo.

Desconhecia o autor Guillaume Musso, embora já me tivesse sido vivamente recomendado por duas amigas, a Filipa e a Isa. J Mas como a pilha de livros por ler é sempre gigante, não me atrevia a comprar os livros de um autor do qual não sabia se ia gostar. Até porque livros de autores que não conheço tenho eu a rodos, na minha pilha por ler. Ai, mal sabia eu o que estava a perder… Quando a Bertrand publicou “A Rapariga de Papel” fiquei logo com muita vontade de o ler. A sinopse prometia! Mas o que me convenceu completamente foi a fantástica review que a Filipa Moreno fez no seu blogue. A Filipa é bastante exigente nas classificações que dá às suas leituras. E se lhe tinha atribuído 5 estrelas é porque o livro efectivamente as merecia!

Entretanto, acabei por combinar uma leitura com a Isa (que também tinha esta pérola por ler) o que tornou tudo ainda mais interessante. Íamos debatendo os nossos pontos de vista, partilhando a nossa opinião sobre as personagens e as diversas situações.

Então o que tenho eu a dizer sobre o livro? Em primeiro lugar gostei imenso da escrita do autor, pois consegue transportar-nos para a acção e visualizar tudo com imensa clareza. Outro dos méritos (não sei se do autor ou apenas da editora) é o facto de quando uma personagem escreve um bilhete a outra, essa informação nos aparecer com a efectiva aparência de bilhete manuscrito. Isso dá algum realismo e efectividade à narrativa.

Depois acho que o conceito por trás da narrativa está muito bem pensado. Tudo se entronca e faz sentido no final. E aí (embora deteste fazer comparações) não consegui deixar de me lembrar dos livros da colecção Triângulo Jota, do escritor Álvaro Magalhães, em que havia um enigma por descobrir mas no final tudo se deslindava de forma clara e óbvia, apesar de os indícios apontarem noutras direcções.

Não posso deixar de louvar o facto de o escritor ter tido a coragem de redigir uma obra sobre aquele que é o pior pesadelo de alguém que vive da escrita, pânico da página em branco. De olhar para uma folha em branco e não ser capaz de escrever. De sentir que a inspiração lhe foge pelos dedos e se ver confrontado com um vazio de nada ter para dizer ao mundo. Se esta história nasceu dessa dificuldade, então valeu bem a pena que o pânico do autor perante o vazio criativo.

Só tenho mais uma coisa a dizer. Leiam este livro!


Obrigada por tudo Filipa e Isa… J

5 *****

Sinopse:

Há apenas alguns meses, Tom Boyd era um escritor famoso em Los Angeles, apaixonado por uma célebre pianista. Mas na sequência de uma separação demasiado pública, fechou-se em casa, sofrendo de bloqueio artístico e tendo como única companhia o álcool e as drogas. Certa noite, uma desconhecida aparece em sua casa, uma mulher linda e completamente nua. Diz ser Billie, uma personagem dos romances dele, que veio parar ao mundo real devido a um erro de impressão do seu livro mais recente.
A história é uma loucura, mas Tom acaba por acreditar que aquela deve ser de facto a verdadeira Billie. E ela quer fazer um acordo com ele: se ele escrever o seu próximo romance, ela poderá regressar ao mundo da ficção. Em troca, ele ajuda-a a reconquistar a sua amada Aurore. O que tem ele a perder?

2 comentários:

  1. Não tens que agradecer. Como disse, fico muito contente que tenhas gostado. É sempre um risco recomendarmos um novo autor a alguém, a pessoa tanto pode adorar como detestar e caso seja o segundo, não irá facilmente confiar nas nossas recomendações novamente. :P
    Adoro quando outros leitores se apaixonam pelo mesmos livros que eu... é porque os livros merecem mesmo esse amor. Falaste num ponto muito interessante, que é da página em branco e a dificuldade que os autores encontram com esse dilema, com receio de já não conseguirem criar mais nada. Nunca tinha pensado sobre esse prisma - do autor poder ter esta mesma dificuldade. Pus-me a pensar, será que ele já se debateu seriamente com este dilema? Será que, como disseste, este livro nasceu disso mesmo? Eu acho que ele tem uma imaginação tão rica que parece difícil imaginá-lo nessa situação, mas é muito provável que ele já se tenha deparado com isso.
    De qualquer modo, obrigada pela tua review, adorei ler. E claro está, as 5* deixaram-me com um sorriso na cara! Agora toca a ler os outros. Recomendo especialmente: E Depois... li-o quando ainda era novinha e foi uma leitura que me tocou de forma bastante especial na altura. Não sei que reacção teria agora, mas tenho a certeza que continuaria a adorar.
    Beijinhos

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  2. Percebo perfeitamente o que sentes. Também fico muito feliz quando recomendo um livro a alguém e essa pessoa fica fã daquela obra ou até mesmo do autor. Sou pródiga em fazê-lo com a minha mãe. :)

    Eu acho que autor já se deve ter debatido com o dilema da página em branco, ainda que possa ter sido por pouco tempo. Seja como for, o autor é super criativo e este livro é mesmo fabuloso. Adorei!

    Obrigada pelo teu comentário.

    Beijinhos

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